terça-feira, 23 de outubro de 2012

Internete e Redes Sociais: o problema com a informação



Quando se fala em rede, o Facebook já ganhou status de país. É o terceiro em número de habitantes depois da China e da Índia. São mais de 900 milhões de pessoas conectadas. E esse número está em constante crescimento. Até mesmo a comunicação empresarial já se rendeu a esta nova forma de se comunicar com as pessoas. Produtos são feitos com base nesta tendência de relacionamento, aproveitando um público que deseja estar cada vez mais informado. Nunca foi tão fácil expor ideias, e multiplicar arte e a cidadania. De Belo Horizonte vem o exemplo da arte jovem da periferia que ganha as ruas por meio das redes sociais. Mas como usufruir desse potencial de comunicação sem perder o controle sobre a nossa privacidade? Esse é o tema do Caminhos da Reportagem desta semana, produzido pela Rede Minas.
Confira nesse vídeos.


Fonte: Rede Minas




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Microsoft Libera Software do Kinect para Desenvolvedores


Programa permite desenvolver novas funções para o Kinect no Windows 7. Aparelho é usado no Xbox 360 e permite que usuário jogue usando o próprio corpo.

A Microsoft lançou recentemente um programa que permite desenvolvedores e hackers criarem funções para o Kinect no Windows 7. O objetivo é ver o que desenvolvedores podem fazer com a nova tecnologia e criar funções baseadas em sensor de movimentos para computadores.

O Kinect é um conjunto de câmera e microfone que quando conectado ao videogame Xbox 360 permite ao usuário jogar usando o próprio corpo. O sistema funciona através de um hardware e software especiais que reconhecem vozes, gestos e movimentos do jogador.

Desde o seu lançamento nos EUA, em 4 de novembro de 2010, o aparelho tem sido alvo de várias formas de uso. A empresa americana Adafruit, que vende componentes para a construção caseira de equipamentos eletrônicos, chegou a oferecer premio de US$ 1.000 para quem conseguisse desenvolver drivers capazes de controlar o Kinect e liberar o código fonte.

Na ocasião, a Microsoft criticou a empresa e declarou que usaria tanto meios técnicos como jurídicos para evitar que o Kinect fosse hackeado. Agora, ao lançar uma versão beta do pacote de desenvolvimento de software para o Kinect, a Microsoft mostra que também encoraja desenvolvedores a descobrirem novos usos para o aparelho.
O download do pacote de software pode ser baixado em vários sites,mas a Microsoft adverte que não deve ter usos comerciais.

Fonte: Reuters

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Microsoft compra Skype

A Microsoft anunciou nesta terça-feira (10/05/2011)

que chegou a um acordo para comprar a Skype por US$ 8,5 bilhões em dinheiro, pagos ao grupo de investidores liderado pela Silver Lake.

O fabricante do sistema operacional Windows explicou nesta terça-feira em comunicado enviado à imprensa que a operação já foi aprovada pelos conselhos administrativos de ambas as empresas.

"A aquisição aumentará a acessibilidade das comunicações de vídeo e voz em tempo real, com benefícios para os consumidores e empresas usuárias, e gerará significativos novos negócios e oportunidades de receita", indicou a Microsoft.

Com 170 milhões de usuários conectados e mais de 207 bilhões de minutos de conversas tanto de voz como de vídeo realizados durante o ano passado, a Skype foi pioneira no âmbito das comunicações sobre IP (protocolo de internet).

"O Skype é um serviço fenomenal que é amado por milhões de pessoas no mundo todo", disse o executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer, ao anunciar a operação.

"Juntos vamos criar o futuro das comunicações em tempo real para que as pessoas possam se manter conectadas com sua família, amigos, clientes e colegas em qualquer parte do mundo", acrescentou no comunicado.

Depois de concluída a integração, a Skype passará a ser uma nova divisão de negócios da Microsoft e o seu executivo-chefe, Tony Tacos, assumirá a presidência da Microsoft Skype Division.

"A Microsoft e a Skype compartilham a visão de levar a inovação de software e produtos a nossos clientes", disse Tacos no mesmo comunicado, no qual acrescentou que a união acelerará os planos da Skype de ampliar sua "comunidade global e introduzir novas formas para que todos possam se comunicar e colaborar".

Já o diretor de gestão da Silver Lake, Egon Durban, afirmou que o grupo investidor está "impressionado" com a transformação conquistada pelo Skype nos últimos anos e "entusiasmado" com o projeto criado agora com a Microsoft, que "está a ponto de se transformar em uma das plataformas mais dinâmicas e completas do mundo das comunicações".

Fonte: msn tecnologia

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Bancada federal se reúne com a imprensa para comemorar Dia do Jornalista

Deputados e senadores prometem votar nas PECs que resgatam a exigência do diploma em jornalismo

A bancada federal de Alagoas participa na próxima segunda-feira, dia 4, de um café da manhã com a imprensa, para comemorar o Dia do Jornalista e discutir assuntos de interesse da classe. Na pauta do encontro, marcado para 8 horas, no Hotel Ponta Verde, estão as Propostas de Emenda Constitucionais 33/09 e 386/09, da Câmara e do Senado, que restabelecem a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.



As PECs já passaram pelas comissões técnicas das duas Casas e esperam por votação em plenário desde o ano passado. Na legislatura anterior, inúmeros parlamentares declararam voto favorável à matéria, mas com a renovação de parte da bancada nas eleições, o trabalho de convencimento está sendo refeito. A PEC em fase mais adiantada é a do Senado, que tem o apoio dos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP).



O café da manhã com a bancada federal está sendo organizado pelo Sindicato dos Jornalistas. O dia 4 foi escolhido por não haver sessão plenária na Câmara e no Senado. A mesma mobilização está sendo realizada em outros estados e, na capital federal pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Manifestações foram programadas em Brasília para o próximo dia 7, quando será relançada na Câmara Federal a Frente Parlamentar em Defesa do Diploma de Jornalista.



Paralelo às mobilizações com deputados federais e senadores, os jornalistas de Alagoas buscam derrubar na Assembléia Legislativa o veto do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) ao projeto de lei que exige diploma de nível superior nas contratações de jornalistas para o Estado. De autoria do deputado Judson Cabral (PT), a matéria foi aprovada por unanimidade no final do ano passado. Vários estados e municípios, incluindo Maceió, já votaram e sancionaram leis semelhantes.



O veto do governador ao projeto encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça da ALE, devendo ir para votação em plenário na próxima semana. Diversos deputados, do governo e da oposição, adiantaram ao Sindicato dos jornalistas que vão votar pela derrubada do veto.



Fonte: Sindjornal




quarta-feira, 23 de março de 2011

Conhecendo a segurança dos navegadores

Especialista em segurança volta ao Brasil para falar de segurança de browsers. Internet Explorer é o mais seguro.
Apenas alguns dias depois do lançamento de seu novo navegador, o Internet Explorer 9, a Microsoft convidou jornalistas e especialistas para uma mesa-redonda sobre segurança dos browsers. Encabeçando a mesa onde foi discutida a segurança do IE9 em relação aos seus concorrentes estava Chema Alonso – MVP (Most Valuable Person) da Microsoft Espanha e Especialista em Segurança Empresarial. Chema já esteve no Brasil para compartilhar seus conhecimentos em segurança de emails.

Chema abriu sua reunião com uma crítica aos hackers e aos grandes críticos do browser da Microsoft e se disse um defensor do Explorer: “Fico chateado quando ouço que tudo o que vem da Microsoft é ruim. Não é verdade”, afirmou. Sua militância lhe valeu a alcunha de El Maligno no mundo hacker.
Em termos de segurança, a mesa redonda serviu para mostra que falar de proteção nos navegadores é tão – ou mais – espinhoso do que falar de segurança de emails. A cada novidade para deixar a navegação mais segura desenvolvida pelas empresas, hackers do mundo inteiro se mobilizam para buscar novos “furos”. Ou seja, o ataque é constante, mas também é constante o movimento dos desenvolvedores para manterem você seguro.

Nesse cenário, duas coisas são importantes: informação e ação. É bom que você conheça as ferramentas de segurança à sua disposição, mas é ainda mais importante que você saiba usá-las e configurá-las.

Este especial traz uma boa parte do que você precisa saber sobre segurança em browsers. Como as novidades foram transformadas em ameaça e o que os desenvolvedores fizeram para tornar sua navegação mais segura.

Muitos dos termos que você vai ler parecem uma “sopa de letrinhas técnica”, mas não se assuste e vá em frente. Fizemos tudo para você ficar por dentro!
Nos primórdios da navegação na internet – quando no mercado haviam somente o Internet Explorer e o Netscape – já se discutia qual seria o melhor padrão para linguagem na internet e qual a melhor forma de padronizar as regras e estruturas de segurança dos navegadores.

Com o tempo, chegaram ao mercado os defensores dos códigos abertos. Pouco tempo depois, para aumentar a confusão, novas linguagens (Java, XML...) e novos desenvolvedores (Mozilla, Google) entraram em cena.

Chema contou uma história para ilustrar essa confusão.

Você provavelmente nunca ouviu falar em uma coisa chamada ECMAScript. Basta dizer que ele é o código que move o Java, uma linguagem de programação bastante comum na internet.

Até a sua terceira versão, o padrão era mais ou menos aceito por todos. Até que começou o desenvolvimento da versão 4.
A Mozilla (desenvolvedora do Firefox) e outros players insistiam que era hora de uma mudança radical no código do programa. O problema é que essa mudança faria com que a maioria dos desenvolvedores de site tivesse que rever completamente suas páginas. O novo código seria absolutamente incompatível com a web existente até o momento. A briga esquentou quando a Microsoft e a Yahoo argumentaram isso, dizendo que seria melhor fazer mudanças menores e graduais, para que os desenvolvedores aumentassem a segurança dos seus sites.

Como se vê, criar um padrão para que todos se adaptem não é uma tarefa fácil.

Mesmo assim, grandes ideias começaram a ser desenvolvidas.
Um exemplo: quando engenheiros perceberam que dados armazenados no computador eram um dos alvos preferidos dos hackers – isso mudou muito como veremos mais adiante – tornou-se um padrão dividir a memória em duas partes: uma para aplicações (o sistema operacional incluso), outra para dados salvos.

Uma ferramenta chamada DATA EXECUTION PROTECTION (DEP) foi desenvolvida para que sempre que um programa malicioso tentasse chegar à memória de programas – via broswser – o navegador travasse.

Ao mesmo tempo, na época do Windows Vista, foi criado o ADDRESS SPACE LAYOUT RANDOMIZATION (ASLR), função de segurança que permite que as posições mais importantes dos dados fossem organizadas de forma randômica.

Finalmente tivemos o MANDATORY INTEGRITY CONTROL (MIC) que diz que todo programa sendo rodado tem um “nível de importância”, mais alto ou mais baixo. O MIC também define que processos de prioridade mais baixa não podem interferir em processos “mais altos. O USER INTERFACE ISOLATION – que bloqueia aplicações de níveis diferentes de MIC e os VIRTUAL STORES, que merecem um capítulo à parte.

Uma das coisas mais comuns atualmente é a virtualização de processos que nada mais é do que “fazer de conta” que está se usando a máquina. Hoje é possível até rodar sistemas operacionais diferentes em uma “máquina virtual”. Um exemplo: você tem Windows instalado, mas quer testar uma versão de um sistema operacional de código aberto como uma versão do Linux, sem precisar desinstalar seu Windows. Para fazer isso, basta criar uma máquina virtual.

O problema é que ao fazer isso você tem acesso a arquivos importantes do seu sistema – mesmo que o esteja usando virtualmente.

Os VIRTUAL STORES criam “cópias virtuais” desses arquivos importantes que podem ser acessados e modificados sem necessariamente fazer alterações nos arquivos reais. Segurança nunca é demais.
Uma das novidades mais bacanas dos últimos tempos é a possibilidade de turbinar seu navegador com add-ins, ou extensões – programinhas que permitem de tudo, desde baixar um vídeo do youtube a coisas mais prosaicas como ler um documento PDF sem precisar baixar nada.

Mas além de permitir extensões para tornar sua navegação mais divertida, os desenvolvedores de browsers têm que se preocupar com programas maliciosos embutidos nesses programas de extensão.

Um exemplo prático: imagine que na empresa onde você trabalha comecem a surgir muitos programas maliciosos. O pessoal de TI descobre que esses programas estão vindo a partir de documentos PDF. A saída lógica é simplesmente bloquear o uso de documentos nesse formato, certo?

Só tem um problema, a matriz da sua empresa – e outros parceiros – costumam enviar documentos via PDF. Como fazer para ler documentos PDF apenas de fontes confiáveis?

Com o IE9 isso é possível com o gerenciamento de extensões, que permite – além de bloquear um add-in – permitir que ele seja executado apenas para determinados usuários, ou determinadas fontes. Uma mão na roda, sem dúvida.

Para acessar essa função, basta ir na área de configurações (Alt+X) e selecionar o Gerenciador de Complementos. Além disso, sempre que um novo plugin ou add-in for necessário em uma página você poderá controlar se irá usá-lo sempre ou apenas aquela única vez.
Faça um exercício de observação. Digite um endereço conhecido na sua caixa de endereços, pode o site do seu email, do seu banco, ou do jornal que você costuma ler. Repare que em alguns browsers vai acontecer uma variação de cores e de fontes dependendo do tipo de site que você acessa. Isso se chama validação.
Repare que em alguns casos – especialmente nos sites que precisam de algum tipo de validação como senha – parte do endereço fica mais destacada. Essa parte do endereço é o domínio. Quando o site está hospedado em um domínio suspeito você será avisado de que o site é...suspeito. Domínio destacado significa que o site foi validado e – de certa forma – você pode seguir adiante.

De certa forma, porque até o IE9 os navegadores não conseguiam ver domínios ocultos no endereço.

Chema mostrou o seguinte exemplo.

“Se alguém criar um site com o seguinte endereço www.paypal.com.mydomain.com, os navegadores iriam entender que apenas paypal.com é o domínio – um domínio muito conhecido aliás – e ignorar o restante do endereço, permitindo que você acesse um site não-seguro (no caso o mydomain.com), disfarçado de paypal”.

O IE9 mudou essa história, e é capaz de verificar domínios “secundários” com a validação extendida.
Em uma palestra para profissionais de segurança, Chema propôs um desafio. Os participantes fariam parte de uma “escola de hackers” fictícia. O teste envolveria três ataques aos principais browsers. Todos eles envolviam a nota dos testes finais: no site criado por Chema, o professor dessa escola fictícia teria que logar e clicar em um dos botões para definir se o aluno “passou” ou “falhou”.

Na brincadeira, os alunos teriam que hackear o site para que – independente do que o professor fizesse – eles passassem de ano.

No primeiro teste, eles tinham que modificar o site para que ele entendesse que o clique no botão “falhou” fosse interpretador como “passou.

No segundo, um pouco mais complexo, o professor tinha que – além de clicar – escrever um comentário. Isso significa que também era necessário modificar os comentários.

Em ambos os testes, dos dez primeiros alunos (eram 40 ao todo), apenas os cinco primeiros conseguiram passar pelos dois testes no IE9. No segundo, apenas os dois primeiros.

Outro teste, conduzido pela empresa especializada em segurança de informação empresarial Bit9 levantou as vulnerabilidades de doze das maiores aplicações rodadas através do mundo, incluindo os navegadores.

O IE foi considerado o mais seguro dentre os navegadores com 32 vulnerabilidades (ficando em 8º na lista). O Firefox ficou em 5º entre os mais vulneráveis (54 vulnerabilidades) e o Google Chrome foi considerado o software mais vulnerável (76 vulnerabilidades).

Os dados são de 2010 e podem ser encontrados neste link http://www.bit9.com/company/news-release-details.php?id=175



fonte: msn tecnologia.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

10 coisas erradas com o Natal

Nessa época do ano em que cansamos de ver Grinch passar na televisão, de ouvir: “Então é Natal, e Ano novo também…”, fazemos amigos ocultos onde a gente dá presentes maneiros, mas ganha meias ou cuecas em troca, enfim… Nessa linda época em que nos entregamos aos prazeres do consumismo nem sempre percebemos que tem algumas coisas muito erradas nessa festa…
1-Papai Noel bilionário
De onde vem o dinheiro que o bom velhinho usa para manter sua fábrica de brinquedos com sistema anti-radar, milhões de brinquedos, ração das renas e os gastos da mamãe Noel?


Bom velhinho... sei...
2-Árvores de Natal
Vivemos num país tropical em que faz sol quase o ano todo e quando chove continua fazendo calor, então porque a árvore de Natal é um pinheiro? Porque temos que seguir os americanos? Porque não um coqueiro ou um Pau-brasil de Natal?
3-Papai Noel tira a atenção do aniversariante
O velho gordo atraia toda a atenção pra si e deixa nosso amigo Jesus Cristo esquecido. Mas ele é gente boa, nem reclama da gente ganhar presente no aniversário dele e ele não.
4-Ceia de natal
Porque comemos um Peru na ceia? Já que o Natal é o aniversário de Jesus. Porque não comer um bolo, uns brigadeiros e uns salgadinhos? Chato deve ser ter que colocar 2010 velas no bolo…
5-Papai Noel, O omiso
Papai Noel não entrega presentes para crianças que não se comportaram durante o ano. Também não entrega presentes para crianças que não tem pais que não tenham dinheiro para comprar um presente, que o digam as criancinhas morrendo de fome na África e os chinesinhos forçados a trabalhar fazendo tênis e Ipods em fábricas sujas.

"Papai Noel não dá presente pra criança que não almoça"
6-Os Aniversariantes se ferram
Se você deu o azar de nascer no Natal ou numa data próxima, você só vai ganhar um presente, ao contrário de quem faz aniversário em outras épocas do ano.
7-Decoração natalina
As casas ficam cheias de luzinhas coloridas e enfeites de Natal, além de gastar metade do décimo terceiro com a conta de luz, as pessoas ainda estão consumindo demais. Assim os estragos aumentam no já prejudicado meio ambiente.
8- De onde vieram os duendes?
Na fábrica de Papai Noel trabalham duendes escravizados forçados a fabricar os brinquedos, até ai tudo bem. Mas de onde vieram esses duendes? A equipe gambiarra acredita que Papai Noel durante o resto do ano trabalha como Homem do Saco, usando seu saco vermelho para sequestrar crianças e forçá-las a trabalhar para ele. As orelhas pontudas são o resultado de meses de puxões de orelhas.
9- Quem é esse cara tentando descer pela chaminé?
Um gordo ridículo que vive afastado da civilização invade sua casa pra dar um presente pro seu filho. Se não fosse Papai Noel, aposto que você chamaria a polícia enquanto põem ele para correr com uns tiros de espingarda.
10- O espírito de Natal
Motivado pela televisão, você decide ajudar uma instituição de caridade, ajudar uma velhinha a atravessar a rua e até dar bom dia pro seu vizinho. O espírito de Natal não é um problema, o problema é que depois que o natal, passa todos voltam a chutar mendigos, furar fila de idosos e dançar créu.
No link da fonte tem dois vídeos que valem a pena assistir.
FONTE: http://gambiarritos.wordpress.com/2009/12/24/9-coisas-erradas-com-o-natal/

Feliz Natal a todos.

domingo, 19 de dezembro de 2010

OPINIÃO DE ELOY CASA GRANDE SOBRE O ROCK ATUAL

Entrevista - Eloy Casagrande (Andre Matos)
Olá! Voltemos ao Blog com uma proposta interessante: Como Thiago Bianchi, vocalista do Shaman, declarou uma nota comentando sobre o cenário do Metal nacional atualmente, decidimos também entrar nesse assunto, perguntando à alguns músicos sobre o que eles acham desse tópico! Nosso primeiro entrevistado não poderia ser outro: Eloy Casagrande, baterista que, aos 16 anos, entrou para a banda solo do Andre Matos, que já foi frontman de bandas com o Angra, Shaman,Viper e hoje canta também no super grupo Symfonia, que contém alguns músicos que já tocaram em bandas como Angra, Stratovarius,Sonata Arctica, Helloween, Kotipelto eGammaray. Aluno de Aquiles Priester, atual baterista do Hangar, ele comenta sobre a cena Musical mundial e brasileira!

Mosh Musical - Qual é a sua opinião sobre o Rock Nacional e Internacional atualmente, Eloy?

Eloy Casagrande - Pra começar, posso comentar que o cenário atual está muito complicado hoje em dia, principalmente no Rock! Não há mais espaço para ele, pois alguns gêneros, como o Sertanejo, dominam muito! O próprio Sertanejo pode ser considerado o gênero com maior público, em ascensão e que movimenta mais dinheiro..
Eu acho que, para o Rock dar certo, as bandas, pessoas, precisam se unir mais e começarem a fazer shows juntos e parcerias, para conseguir movimentar um maior público. Existem muitas rixas e desrespeito entre bandas de rock e a união precisa se fazer presente. Assim, quem sabe, os shows contam com um maior público e mais respeito. É isso aí! Valeu!

Mosh Musical - Muito obrigado pela entrevista, Eloy!

É isso aí! Concordamos plenamente com o grande Eloy. É preciso haver uma maior parceria e respeito entre as bandas pra, quem sabe, juntos, poderemos conseguir maiores conquistas. Exemplo disso foi a grande turnê entre o Angra e o Sepultura!

Fonte: http://www.moshmusical.com/2010/12/aquelaentrevista-eloy-casagrande-andre.html

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Produtos midiáticos e suas representações sociais

Podemos dizer que a mídia é a principal janela interpretativa da vida contemporânea. Por ela conhecemos o mundo através dos desenhos, filmes, seriados, jornalismo, talk shows, entre outros produtos produzidos para atrair o maior número de pessoas (consumidores) possível e gerar lucros. É por ela que construímos uma idéia de como são os povos do outro lado do mundo, de como se comportam cidadãos de diversas culturas, classes e etnias. Dessa forma, podemos também absorver seus valores, sua forma de ver o mundo, seu ethos liberalista ou conservador. Ou seja, tomar a interpretação da mídia como verdade e, assim, construir a nossa visão política.
Antes de continuar, faço uma ressalva. Este texto não trata de uma maneira de mostrar que existe uma manipulação poderosa e irresistível por trás das grandes produções midiáticas de tal forma que a elite – com total domínio dos meios – controle o pensamento das massas de forma irrepreensível. Não, como se sabe, a teoria da manipulação pura e simples é uma argumentação ultrapassada.
Trata-se, portanto, de fazer uma leitura crítica e mostrar que todos os produtos da mídia carregam pontos de vista culturais e sociais específicos que nos ajudam na construção do entendimento da realidade. Ou seja, é através da difusão das "representações sociais e culturais" veiculadas na mídia, que certos valores são perpetuados, rejeitados ou transformados.
Para entender melhor o que são essas representações, apresento uma pequena análise de três produtos midiáticos atuais: o programa CQC (transmitido pela Band), a novela Caminho das Índias (Rede Globo) e o jornalismo da Folha de S.Paulo.
Custe o Que Custar
Em menos de um ano, o CQC (Custe o que Custar) ganhou notoriedade e forte audiência no país. As representações contidas no produto são variadas. Há representações ideológicas positivas e outras negativas. No lado positivo, pode-se argumentar que o programa apresenta jovens honestos, extremamente insatisfeitos com a corrupção na política e na sociedade, chegando a sofrer ameaças de censura. Assim, pode-se dizer que sua representação serve como uma espécie de "incentivo" aos jovens para tomar consciência política cidadã; exigir conduta ética de seus representantes e combater a corrupção.
Já do lado negativo, pode-se dizer que o programa possui o seguinte "eu ideológico": é totalmente formado por homens, brancos e representantes da classe média e alta paulista. Diversas piadas machistas são feitas durante o programa e, não raro, sexistas, colocando a mulher como simples objeto sexual. Não é à toa que o programa já foi processado diversas vezes. Um exemplo que ficou notório foi o caso das integrantes do grupo musical Sexy Dolls, que foram chamadas de prostitutas pelo apresentador Marcelo Tas. O lado machista do programa também é reforçado pelas piadas e brincadeiras satirizando os homossexuais, com ironias sobre comportamentos que seriam "típicos" de um gay, entre os próprios integrantes, às vezes, como se fossem vergonhosos. Assim, sua representação ideológica aponta para o homem branco heterossexual, honesto, machista, sem espaço claro para outras etnias.
Caminho das Índias
Produto cultural bem mais complexo, a novela envolve várias representações sociais e culturais bem mais diversas. Na verdade, seria necessário um livro para analisá-la corretamente à luz dos estudos culturais. Pode-se argumentar que o programa mostra como é errado e ignorante qualquer tipo de preconceito, assim como a exclusão social ao dramatizar a vida dos integrantes da casta indiana Dalits, considerados pó, e não filhos do deus supremo. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que a dramatização das castas indianas aponta, de maneira velada, contra o radicalismo religioso de alguns segmentos no Brasil, como no caso dos neopentecostais e até mesmo da Igreja Católica – contrária ao uso de métodos anticoncepcionais.
Ao mesmo tempo, é possível notar alguns traços conservadores. A novela reforça os laços familiares, principalmente quando compara os valores das famílias brasileiras com as da Índia. O que leva a uma reflexão da importância do respeito aos pais, à esposa e aos filhos. Assim, de maneira sutil, acaba fazendo uma crítica aos valores liberalistas culturais, ao mostrar que as conservadoras famílias indianas estariam sendo desmembradas justamente por uma onda liberal ocidental, tornando-as infelizes.
Essa visão, no geral, acaba retomando a posição conservadora patriarcal da família, onde o homem deve ser peça fundamental para guiá-la, no intuito de torná-la bem sucedida. Caso contrário, poderá ser um desastre. Fato reforçado pela imagem da família do personagem Zeca, onde o pai, Sérgio, não "controla" os momentos impulsivos da esposa, nem coloca limites nos filhos. A falta de atitude paterna faz com que Zeca seja rebelde e arruaceiro.
A posição conservadora também é vista no personagem Raul (na ocasião, marido da Sílvia), que acabou pagando um alto preço por causa de seu adultério com a vilã Ivone. O que mostrou que pode ser extremamente arriscado e doloroso ao homem cometer adultério – não vale a pena. Já a vilã Ivone, uma das poucas mulheres independentes da trama, é mostrada como ambiciosa, criminosa, cínica e totalmente desprovida de moralidade, associando as mulheres solteiras e independentes a uma imagem misteriosa e pouco confiável.
Folha de S.Paulo
O jornalismo atual possui diversas teorias bem articuladas. Elas possibilitam análises esclarecedoras sobre o processo de produção de notícias. Uma delas, inserida no grupo que compõem as teorias construcionistas do jornalismo (newsmaking), é a Teoria Interacionista ou Teoria dos Definidores Primários. Tendo essa perspectiva em mente, vamos à pequena análise.
Todos sabemos que o jornal Folha de S.Paulo é voltado para os valores liberalistas. Portanto, sua representação social contribui para a construção de uma realidade que acredita na intervenção mínima do Estado na economia, na privatização, no liberalismo econômico e cultural. É extremamente cosmopolita e, historicamente, simpatizante dos partidos de direita.
As vozes sociais ouvidas na grande maioria das reportagens partem da subordinação às opiniões das fontes que têm posições institucionalizadas, também chamadas de definidores primários. Essas fontes definem o rumo de qualquer notícia. Como diz Nelson Traquina no livro Teorias do Jornalismo, "essa interpretação comanda a ação em todo o tratamento subseqüente e impõe os termos de referência que nortearão todas as futuras coberturas".
Assim, quando a Folha de S.Paulo ouve algum "mega economista" dizendo que o governo deve enxugar sua folha de pagamento, se posicionando contrariamente à grande criação de concursos públicos, parte de uma visão que defende os interesses da classe de empresarial hegemônica. Ela gera uma série de outras reportagens que partem da primeira visão liberalista. A representação interpretativa inicial, portanto, acaba saindo como uma verdade norteadora das reportagens seguintes, inclusive quando se ouve opiniões contrárias.
Prevalece sobressalente, portanto, a crença num mundo liberalista econômico e contrário ao crescimento do Estado. Recentemente, por exemplo, a Folha de S.Paulo defendeu, em editorial, o fechamento da TV Brasil, afirmando que a mesma é um claro sinal de desperdício do dinheiro público. De maneira bem clara, quis afirmar que a melhor saída será sempre a iniciativa privada.


JN
Falar de telejornalismo no Brasil é falar do Jornal Nacional. O programa dita normas, formatos e conceitos sobre o fazer jornalístico no horário nobre. Há mais de 40 anos o programa se mantém, na maioria das vezes, em primeiro lugar de audiência, o que causa na concorrência uma busca incessante pela superação do JN. No entanto, há exceções. O Furo MTV busca referências no JN, não para competir em termos de audiência, mas para construir seus discursos pautados por uma outra lógica, a sátira.
O primeiro paralelo que podemos traçar do JN com o Furo MTV passa pela composição dos apresentadores. Nos dois programas é um casal que apresenta. É importante destacar que no JN o Willian Bonner e a Fátima Bernardes são casados, o que consolida, de alguma forma, ainda mais essa idéia de “casal”. Roger Silverstone, em seu texto, Por que estudar a mídia?, faz alguns apontamentos que considero importante destacá-los. Em um deles, que trata sobre o nosso tempo, ele diz: Nossa mídia existe no tempo… ele [o tempo] é como elas [as mídias] nos contam, não apenas nas fantasias subjuntivas de “como se”, mas por nossa capacidade de nos reconhecer, em alguma parte, durante algum tempo, dentro delas. Analisando sob esta perspectiva e considerando que vivemos uma época de efervescência sexual, onde quase tudo suscita o ideal de corpo perfeito, podemos entender melhor porque Willian e Fátima, que são jovens e bonitos, substituíram Cid Moreira e Sergio Chapelin. No Furo MTV, telejornal da emissora da Abril, Bento Mineiro, que as vezes é chamado de “galã da Favorita”, telenovela global que atuou anteriormente, e Dani Calabresa são os apresentadores, numa clara alusão ao JN.
Seguindo o mesmo raciocínio podemos dizer que o JN dá uma aula de pornografia, lição que é captada pelo Furo MTV, mas em um tom de sátira. Antes de continuar, faz-se extremamente importante desconstruir o conceito de senso comum que temos sobre pornografia. É preciso antes de dar prosseguimento, explicar o que é, para esta análise, erotismo e como ele se configura: O lugar mais erótico de um corpo não é onde o vestuário se entreabre? Na perversão (que é o domínio do prazer textual) não há “zonas erógenas”… é a intermitência, como disse muito bem a psicanálise, que é erótica; a intermitência da pele que cintila entre duas peças (as calças e o suéter), entre duas bordas (a camisa entreaberta, a luva e manga); é essa cintilação que seduz, ou ainda: encenação de um aparecimento-como-desaparecimento. (Barthes, 1976, p. 9 -10). Para Silverstone, o pornográfico é o canto rasgado da vida erótica da mídia e de nossa vida erótica.
O mais interessante nesse processo é perceber características do JN fora do JN. Quando outras emissoras se apropriam de táticas globais e, sobretudo do JN, para construírem seus discursos é que percebemos como sua matriz é constituída. Somente quando vemos os apresentadores do Furo MTV, Bento Mineiro, um pseudo-galã, e Dani Calabresa, uma loira com sotaque interiorano, é que conseguimos pensar naquilo que tem de pornográfico no JN, ou seja, Willian Bonner e Fátima Bernardes. Por fim gostaria de acrescentar: alguém arriscaria dizer que o JN é mais “jornalístico” que o Furo MTV ? Penso que maioria das pessoas diriam que sim, mas aviso, o Furo MTV é mais severo em seu noticiário político que a própria Globo, que nunca teve muito interesse em bater nos medalhões da política brasileira.

Escola Neoclássica

A Economia Neoclássica é uma corrente de pensamento econômico, para qual o Estado não deveria se intrometer nos assuntos do mercado, deixando que ele fluísse livremente, ou seja, o Liberalismo econômico.
Surgida em fins do século XIX com o austríaco Carl Menger (1840-1921), o inglês William Stanley Jevons (1835-1882) e o suíço Léon Walras (1834-1910). Posteriormente, se destacaram o inglês Alfred Marshall (1842-1924), o sueco Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o estadunidense Irving Fisher (1867-1947).
Pode ser dividida entre diferentes grupos, como a escola Walrasiana, a escola de Chicago, a escola austríaca. O modelo de Macroeconomia proposto pelos clássicos, que acreditavam na “mão invisível” do mercado, consagraram três princípios como fundamentos da macroeconomia:
• As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, ou seja, quando a demanda e a oferta por mão-de-obra se igualam;
• As variáveis reais da economia e os preços relativos seguem trajetórias diferentes e independentes da política monetária, ou seja, a quantidade de moeda não afeta a capacidade produtiva e laboral de uma economia;
• A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral dos preços.
Desenvolvimento Tecnológico
Para os economistas filiados à esta corrente, o progresso técnico torna o fator trabalho mais produtivo e, desde que a oferta de trabalho reaja positivamente ao salário-real, elevará o nível de emprego e o salário real e levar a uma queda no nível de preços.
A evolução do pensamento econômico no século XIX

O século XIX iniciou sob a influência crescente das idéias do liberalismo clássico e dos efeitos da Revolução Industrial. Graças a essas influências, os principais países europeus foram consolidando a organização de suas economias pondo em prática os princípios consagrados por aquela corrente de pensamento: propriedade privada dos meios de produção, livre iniciativa empresarial, busca incessante do lucro, mercado e sistema de preços como principais orientadores das decisões dos agentes econômicos (o que, quanto, como e para quem produzir), tudo isso sob um cenário em que o Estado reduzia cada vez mais sua presença na economia, em contraste com o elevado grau de intervenção que havia prevalecido nos séculos anteriores em razão do predomínio da visão mercantilista, que pode ser sintetizada no binômio absolutismo político + intervencionismo econômico.
Foi nesse cenário que os países pioneiros no processo de industrialização foram expandindo sistematicamente o volume de produção, aumentando consideravelmente a oferta de bens e serviços colocados à disposição de suas respectivas populações. Além disso, ampliavam mais e mais a diferença que os separava dos países que não conseguiam dar início a seus processos de industrialização, tanto na Europa como, principalmente, fora dela, nas longínquas terras da Ásia, da Oceania, da África e da América do Sul. A única exceção fica por conta dos Estados Unidos da América, cuja população constituída em boa parte de imigrantes europeus e seus descendentes já demonstrava um espírito empreendedor, o que permitiu que em algumas regiões do norte e do leste a industrialização começasse precocemente, poucas décadas depois de haver sido iniciada nos países pioneiros da Europa.
Porém, ao contrário do que imaginara Adam Smith, a Revolução Industrial não conduziu ao paraíso. Decorrido mais de meio século do início da Revolução Industrial observava-se que a segurança da antiga economia agrícola - quase artesanal - dos vilarejos fora destruída. Com a urbanização desordenada que ocorreu em torno dos centros industriais emergentes, o novo industrialismo trouxe fábricas cada vez maiores, e os trabalhadores passaram a viver apinhados em sua vizinhança, em favelas ou cortiços, onde o vício, o crime, as doenças, a fome, a miséria, a prostituição e a promiscuidade constituíam o cenário mais comum. Os acidentes industriais ocorriam com freqüência, quer em função das longas jornadas de trabalho, quer em virtude do despreparo dos trabalhadores para interagirem com máquinas que iam sendo incorporadas ao processo produtivo sem que houvesse qualquer treinamento para os que teriam que manejá-las. Tais acidentes traziam miséria, não havendo qualquer compensação para as famílias dos aleijados ou mortos. Não existiam direitos políticos para os assalariados e os sindicatos eram proibidos.
Nessas condições, a pobreza das massas parecia cada vez mais opressiva (uma vez que agora ficava mais aparente já que concentrada nos centros industriais emergentes) e contrastante (à medida que as grandes fortunas se multiplicavam). A constatação de que o simples aumento do volume e da diversidade dos bens e serviços produzidos não significava o fim da pobreza, uma vez que a concentração excessiva da renda e da riqueza dava a muitos a impressão de que a desigualdade estava até se expandindo provocou, nas décadas iniciais do século XIX, o surgimento de duas correntes na história do pensamento econômico: a primeira, de diversos reformadores sociais, entre os quais Saint-Simon, Fourier e Robert Owen, que se tornaram conhecidos como socialistas utópicos, e que acreditavam numa mudança para uma sociedade mais justa por meio de reformas pacíficas e até apoiadas pelos grandes detentores de terra e de capital; a segunda, que tem em Stuart Mill seu exemplo mais ilustrativo, é de uma espécie de dissidência clássica, ou seja, pensadores que tiveram formação econômica através das idéias clássicas de Smith e de Ricardo, mas que foram pouco a pouco se afastando delas e incorporando em suas proposições doses crescentes de preocupação social juntamente com as primeiras idéias utilitaristas.
O fracasso dos socialistas utópicos em persuadir os capitalistas a aderirem a seus projetos humanitaristas fortaleceu ainda mais as idéias de Marx que defendia, entre outras, a tese de que a transição para uma sociedade mais justa só poderia ser feita por meio de um processo revolucionário - luta de classes - dado o caráter exploratório das relações assalariadas de produção, principal elemento definidor do modo de produção capitalista. Em sua pregação, Marx propunha a eliminação da propriedade privada dos meios de produção, que passariam a ser coletivos e administrados por meio de órgãos centrais de planificação, aos quais incumbiria responder as questões fundamentais da economia: o que, quanto, como e para quem produzir.
A rápida penetração dessas idéias, em especial entre os intelectuais e nos meios acadêmicos, estimulou o aparecimento quase simultâneo de trabalhos que apresentavam considerável grau de convergência, levados a cabo por pessoas diferentes, em lugares diferentes, e que trabalhavam independentemente umas das outras. Entre elas destacam-se William Stanley Jevons, na Inglaterra, Carl Menger, na Áustria, e Léon Walras, na Suíça. Nascia, nas pessoas desses três grandes nomes, o que se tornou conhecido como a Escola Marginalista em três ramificações: Escola de Cambridge, Escola Austríaca e Escola de Lausanne, respectivamente.
Embora reconhecendo a existência de problemas sociais não resolvidos em mais de um século de predomínio das idéias clássicas na organização econômica dos principais países da Europa, os marginalistas discordavam dos socialistas em geral - e dos marxistas em particular - sobre a melhor forma de solucionar esses problemas. Tinham, no entanto, uma certeza: não deveria ser através da modificação da estrutura de produção capitalista, que consagrava os princípios liberais clássicos da propriedade privada, da livre iniciativa e da busca incessante do lucro. Afinal, o próprio Marx reconhecera a eficiência disso ao afirmar que "durante pouco mais de cem anos em que se encontra no poder, a burguesia (e o capitalismo) criou forças produtivas mais sólidas e colossais do que todas as gerações anteriores juntas".
Vindo, portanto, em defesa dos princípios clássicos na época tão combatidos pelos socialistas, os marginalistas dessa primeira geração fizeram a apologia do laissez-faire e foram responsáveis por algumas contribuições notáveis para a evolução da teoria econômica, entre as quais merecem destaque, segundo Oser e Blanchfield:
Os marginalistas concentravam sua atenção sobre a margem - o ponto de mudança em que se baseiam as decisões - para explicar os fenômenos econômicos. Estenderam a toda teoria econômica o princípio marginal que Ricardo desenvolveu em sua teoria da renda.
A abordagem marginalista era predominantemente microeconômica, na qual a tomada de decisão do agente econômico individual - seja uma pessoa física ou uma empresa - assumia importância central. Isso significa a retomada da tradição liberal da análise econômica, e se contrapõe frontalmente à análise marxista que tem por foco central as relações de classes.
Os marginalistas tomavam por base um sistema econômico baseado na concorrência perfeita (considerando, ocasionalmente, o monopólio absoluto como extremo oposto). Foram, com exceção da corrente austríaca, responsáveis pela forte expansão do uso de métodos quantitativos na construção de seus modelos de análise, que pretendiam ser uma abstração da realidade. Nesses modelos, o cenário dominante era constituído de um grande número de empresários pequenos e médios, que agiam independentemente, existindo muitos compradores, muitos vendedores, produtos homogêneos, preços uniformes, e sem influência da propaganda.
A demanda torna-se a força primária para a determinação de preços. Ela, por sua vez, depende da utilidade marginal, que é um fenômeno psíquico. Portanto, a economia tornou-se subjetiva e psicológica. Supunham que as pessoas seriam racionais quanto ao equilíbrio de prazeres e desprazeres, ao medirem as utilidades marginais de bens diferentes e ao equilibrarem necessidades presentes e futuras. Sua abordagem era hedonista, supondo que os estímulos dominantes na tomada de decisão de qualquer agente econômico ocorrem no sentido de maximizar o prazer e/ou minimizar o desprazer.

Principais contribuições de Marshall.
Fica muito difícil reduzir a extraordinária contribuição de Marshall num texto com as características destes das Iscas Intelectuais. Nesse sentido, o que procurarei fazer a seguir é uma síntese daquelas que considero suas mais relevantes contribuições para a evolução da teoria econômica e da história do pensamento econômico.

Economics X Political Economy
Todos os textos de Economia anteriores a Marshall referem-se à matéria tratando-a de "economia política" (political economy). Marshall, embora se opusesse ao conceito de homo economicus, por considerá-lo excessivamente simplificador, e procure considerar o indivíduo enquanto agente econômico sempre inserido num determinado contexto sociocultural, abandonou essa denominação e passou a se utilizar da expressão "economia" (economics).
Nesse sentido, como afirma Ricardo Feijó, Marshall representou um marco institucional na história da moderna Economia. Introduziu o nome Economics em substituição ao anterior Political economy, para designar o novo estilo de se fazer ciência econômica; fundou o primeiro curso especializado de Economia e seu livro de 1890, Princípios de economia, foi o principal manual dessa disciplina por mais de 30 anos.
De fato, ainda segundo Ricardo Feijó, antes de Marshall, em Cambridge a Economia era ensinada apenas como parte das ciências históricas e morais, e não era objeto de trabalhos mais avançados. Marshall fez da Economia uma profissão. Durante muitos anos ele lutou, nem sempre com sucesso, para ampliar o âmbito da Economia, e só em 1903 inaugurou-se um novo curso especializado em Economia, o primeiro curso exclusivamente dedicado à formação do profissional nesse campo de que se tem notícia (Na verdade, a nova escola de Economia de Cambridge intitula-se "Economia e Política", conservando esse nome até hoje. Como indica o nome da escola, trata-se de especialização também em Ciências Políticas). Com ele, tal ciência (a Economia) adquire o status de saber autônomo cientificamente qualificado, uma área técnica repleta de conceitos não acessíveis ao não iniciado.

Uma visão dotada de enorme preocupação social
Embora os marginalistas e os neoclássicos, pelo fato de se contraporem às reformas propostas pelos socialistas, tenham ficado com a imagem de reacionários ou conservadores, fica difícil admitir tal imagem como válida quando se conhece não só como Marshall concebia a economia, mas também quando se observa qual deveria ser, na sua opinião, a principal preocupação do estudo da economia. Sua definição de economia mostra a caráter pragmático de como ele a entendia:
A economia é um estudo da humanidade na atividade comum da vida; ela examina a parte da ação individual e social que está mais intimamente ligada aos resultados e ao uso dos requisitos materiais do bem-estar. Sua preocupação com as questões sociais de uma forma geral - e com a pobreza em particular - é constante, como se observa na Introdução de sua obra magna, Princípios de economia, na coleção Os Economistas, escrita por Ottolmy Strauch:
Marshall passou então a preocupar-se com a questão social sendo levado à "percepção de que a pobreza estava na raiz de muitos males sociais", o que acabou conduzindo-o ao estudo da Economia. Matéria para a qual, como muitos dos grandes economistas contemporâneos, nunca fez curso universitário regular e especializado, já que na época a matéria não existia senão como apêndice ou complemento de outros cursos, tal qual como no Brasil de algumas décadas atrás. Segundo a sua convicção, que manteve inalterada pela vida inteira, o problema da pobreza era não somente fundamental para a Economia, como a sua própria razão de ser. Como ele próprio viria mais tarde a dizer nos Princípios: "o estudo das causas da pobreza é o estudo das causas da degradação de uma grande parte da humanidade".

Ênfase na educação
Outro aspecto que vem reforçar o elevado grau de preocupação social de Marshall é a maneira enfática como ele se referiu à importância da educação para a redução das desigualdades sociais e, por extensão, para o crescimento econômico de qualquer país, como fica claro na epígrafe de um dos livros menos conhecidos do Prof. Eduardo Giannetti, Liberalismo X Pobreza: "O mais valioso de todos os capitais é aquele investido em seres humanos". Nesse livro, Giannetti chama a atenção para um aspecto normalmente ignorado por todos os que se opõem à visão econômica liberal, qual seja, sua elevada preocupação com a educação.
A bandeira da educação compulsória e universal, financiada total e pelo menos parcialmente provida pelo Estado, é uma tônica constante da economia clássica desde Adam Smith. Malthus, para citar apenas um exemplo, sugeria que o investimento público maciço em educação popular seria uma resposta muito mais eficaz do que a "Poor Law" no combate ao pauperismo. Porém, dentre todos os autores da tradição liberal iniciada com os clássicos e continuada pelos marginalistas e neoclássicos que mostraram preocupação com a educação, foi Marshall, segundo Giannetti, quem mais se destacou nesse aspecto:
Entre os economistas ingleses na tradição liberal-utilitária, foi, sem dúvida, Alfred Marshall aquele que melhor compreendeu a importância da formação de capital humano - do investimento na qualidade da força de trabalho - para um programa de reforma social eficaz, voltado para a emancipação da pobreza e a promoção do desenvolvimento econômico.
Os dois trechos citados a seguir ilustram com impressionante clareza essa enorme preocupação com que Marshall analisava a importância do investimento em educação para o desenvolvimento de uma nação. O primeiro retrata o enorme desperdício humano e econômico da sociedade inglesa do começo do século XX, o qual, como bem observa Giannetti, não difere muito da situação latino-americana e brasileira da atualidade:
Nas camadas mais baixas da população, o mal é grande. Pois os parcos meios e educação dos pais e sua relativa incapacidade de antever, com um mínimo de realismo, o futuro impede-nos de investir capital na educação e treinamento dos seus filhos, com a mesma liberalidade e audácia com que o capital é aplicado no aprimoramento da maquinaria de qualquer fábrica bem administrada (...) Por fim, eles, os filhos de pais pobres, vão para o túmulo carregando consigo aptidões e habilidades que jamais foram despertas. Aptidões, que, se tivessem podido dar frutos, teriam adicionado à riqueza material do pais - para não falarmos em considerações mais elevadas - diversas vezes mais do que teria sido necessário para cobrir as despesas de prover oportunidades adequadas para o seu desenvolvimento (...) Mas o ponto sobre o qual devemos insistir agora é que o mal tem caráter cumulativo. Quanto pior a alimentação das crianças de uma geração, menos irão ganhar quando crescerem e menores serão seus poderes de prover adequadamente as necessidades materiais de seus filhos e assim por diante nas gerações seguintes. E, ainda, quanto menos suas próprias faculdades se desenvolvam, tanto menos compreenderão a importância de desenvolver as melhores faculdades de seus filhos e menor será sua capacidade de fazê-lo.
O segundo reforça o caráter cumulativo do desperdício mencionado no trecho anterior e dá ênfase à importância da concentração da maior parte do investimento em capital humano na educação básica da massa da população:
Não existe extravagância mais prejudicial ao crescimento da riqueza nacional do que aquela negligência esbanjadora que permite que uma criança bem-dotada, que nasça de pais destituídos, consuma sua vida em trabalhos manuais de baixo nível. Nenhuma mudança favoreceria tanto a um crescimento mais rápido da riqueza material quanto uma melhoria das nossas escolas, especialmente aquelas de grau médio, desde que possa ser combinada com um amplo sistema de bolsas de estudo, permitindo, assim, ao filho inteligente de um trabalhador simples que ele suba gradualmente, de escola em escola, até conseguir obter a melhor educação teórica e prática que nossa época pode oferecer.

Incorporação da Matemática na Economia
Com sua sólida formação em Matemática, Marshall deu enorme contribuição para a incorporação de métodos quantitativos à análise econômica, vale dizer, a utilização sistemática de equações matemáticas, gráficos e diagramas numéricos. Com isso, prestou relevante serviço no sentido de dar mais credibilidade à Economia perante a comunidade científica. Na época - final do século XIX - o critério da verificabilidade era predominante para que uma dada teoria fosse reconhecida como científica, isto é, só eram aceitas como científicas as proposições ou hipóteses que pudessem ser verificadas (comprovadas) por meio de medição, demonstração matemática ou experiência laboratorial. Nesse sentido, ao "traduzir" a teoria econômica para a linguagem matemática, a contribuição de Marshall para que a Economia fosse aceita como uma ciência foi fundamental.
Na verdade, essa incorporação da Matemática à teoria econômica foi conseqüência natural do amplo conhecimento que Marshall possuía do assunto, como bem descreve Ottolmy Strauch:
Tal como seu contemporâneo Karl Marx, Marshall passou da Filosofia para a Economia, só que no seu caso foi pela via matemática. Descrevendo sua passagem para a Economia, recordava ele já no final da vida: "Da Metafísica fui para a Ética, e achei que a justificativa das condições existentes da sociedade não era fácil". Um amigo, com quem discutia questões sociais, retrucou-lhe um dia: "Você não diria isso se soubesse Economia". Sua iniciação no campo econômico processou-se, segundo ele próprio, da seguinte forma: "Minha familiarização com a Economia começou com a leitura de Mill, enquanto ainda estava ganhando minha vida ensinando Matemática em Cambridge, e traduzindo suas concepções em equações diferenciais até onde pudesse ir, e, em regra, rejeitando aquelas que a isso não se prestassem... Isso foi, principalmente, em 1867/68". "Enquanto estava dando aulas particulares de Matemática, traduzi o quanto possível os raciocínios de Ricardo para a Matemática e empenhei-me em torná-los mais gerais".
Muitos historiadores do pensamento econômico, entre os quais Araújo, Brue e Feijó, fazem questão de ressaltar que apesar de seu extraordinário domínio da Matemática e da incorporação da mesma à teoria econômica - para desespero de muitos estudantes -, Marshall jamais deixou que a Matemática se sobrepusesse à preocupação social básica da Economia. Ao contrário, utilizou-a como um importante instrumento analítico e metodológico, mas se opôs ao seu uso abusivo na Economia, tanto é verdade que colocou quase todos os gráficos e diagramas nos rodapés e apêndices de suas obras. Essa consciência sobre o papel assessório da Matemática fica clara numa famosa carta em que relata sua experiência pessoal com a mesma, onde escreve: "Um bom teorema matemático relativo a hipóteses econômicas é altamente improvável de ser boa Economia".
Tal idéia fica ainda mais reforçada num dos trechos mais reproduzidos de sua autoria:
Um bom teorema matemático que aborde hipóteses econômicas dificilmente será boa economia; e creio cada vez mais nas seguintes regras: 1) Use a matemática como abreviação e não como método de pesquisa. 2) Utilize-a até ter terminado. 3) Traduza para o inglês. 4) Ilustre, então, com exemplos importantes da vida real. 5) Queime a matemática. 6) Se não conseguir realizar a 4, então queime a 3.

Valor
Durante muito tempo a determinação do valor de um bem ou serviço enfatizou o lado da oferta - o custo de produção - como único determinante do valor. Essa idéia se consolidou com David Ricardo, na Escola Clássica, tornando-se conhecida como a teoria do valor trabalho, segundo a qual o valor de um bem decorre da quantidade de trabalho necessário à sua produção. Essa idéia foi posteriormente aproveitada por Marx, que dela partiu para desenvolver a teoria da exploração (mais-valia).
Os primeiros marginalistas, como observam Oser e Blanchfield, voltaram-se para o extremo oposto e enfatizaram a procura, excluindo completamente a oferta. Para eles o valor de um bem era determinado pela utilidade que esse bem proporcionava a uma pessoa, idéia que se tornou conhecida como teoria do valor utilidade. Ao contrário do que ocorria com a teoria do valor trabalho, para a qual o valor era algo objetivo, medido pelo número de horas incorridas na produção de um determinado bem ou serviço, o valor para os marginalisas tornou-se subjetivo, uma vez que a utilidade proporcionada por um determinado bem ou serviço variava de pessoa para pessoa.
Marshall sintetizou as duas visões sobre a determinação do valor de um bem ou serviço, a baseada na oferta e a baseada na procura, naquilo que pode ser chamado de economia neoclássica. Assim, segundo Oser e Blanchfield, a economia neoclássica pode ser vista como "o marginalismo com um reconhecimento sensato da contribuição remanescente da Escola Clássica".
Ottolmy Strauch também destacou esse aspecto na Introdução dos Princípios de economia da coleção Os Economistas:
Justamente numa época em que a controvertida teoria do valor dividia os economistas em posições irreconciliáveis, Marshall conseguiu, graças principalmente à introdução do elemento tempo como fator na análise, reconciliar o princípio clássico do custo de produção com o princípio da utilidade marginal, atribuído à escola austríaca (Menger), Walras e Jevons mas que, diz Marshall, lhe foi inspirado por Von Thünen. "Ao introduzir o fator tempo na análise econômica pela distinção entre curtos e longos períodos, ele procurou, com efeito, determinar o papel do custo objetivo de produção (longos períodos) e o da utilidade marginal (períodos curtos) na determinação do valor dos bens e serviços".

Equilíbrio parcial
Outra grande contribuição de Marshall refere-se à noção de equilíbrio parcial. Até então, as análises desenvolvidas a esse respeito consideravam a idéia de equilíbrio geral, sendo Walras reconhecido como um dos maiores - senão o maior - especialistas no assunto.
De acordo com Ottolmy Strauch, o método de "análise parcial" ou "análise de equilíbrio parcial", também chamada de abordagem de Ceteris paribus (iguais às demais coisas, isto é, sem que haja modificação de outras características ou circunstâncias) é das mais famosas e, belas, controvertidas contribuições de Marshall. Consiste, essencialmente, em compartimentar a economia de modo que os principais efeitos de uma mudança de parâmetro num determinado minimercado possam ser ressaltados sem considerar os efeitos colaterais em outros mercados, inclusive as reações, ou feedback destes.
Oser e Blanchfield também se referem a essa contribuição considerando que a mesma contribui para tornar a análise econômica mais útil e seus resultados mais realistas:
O método de análise parcial pode ser justificado com base no fato de que nos permite investigar os diversos estágios de fenômenos complexos. Consideramos a mudança de uma variável de cada vez, supondo que o restante permaneça constante. Os problemas de nossa sociedade terrivelmente complicada com suas inúmeras variáveis podem, com isso, ser simplificados e pesquisados de maneira ordenada e sistemática. À medida que introduzimos variáveis sucessivas, aproximamo-nos de situações mais realistas. Supor que o restante permanece constante, exceto o fator que permitimos variar, é uma técnica empregada durante todo o tempo. Se afirmarmos "vou ao cinema esta noite", estamos implicitamente fazendo centenas de suposições sobre outras circunstâncias que não deverão mudar inesperadamente. Por exemplo, estamos supondo que não quebraremos uma perna ou morreremos do coração durante o dia; que o cinema não pegará fogo; que uma enchente ou um terremoto não bloqueará a entrada para a cidade; que não surgirá nada mais interessante para fazer à noite.

O legado de Marshall e da Escola Neoclássica
Considerando que a Escola Neoclássica foi uma extensão da Escola Marginalista, pode-se afirmar que sua influência permanece acentuada na Economia até os dias de hoje, uma vez que gerações sucessivas têm contribuído para o aperfeiçoamento e a atualização de suas diversas ramificações.
A Escola de Cambridge, que teve início com Jevons e teve continuidade com Marshall, seguiu depois com importantes economistas, destacando-se entre eles A. C. Pigou. A Escola Austríaca, iniciada com Menger, teve depois von Wieser, Bohn-Bawerk, Ludwig von Mises e Friedrich Hayek (ganhador do Prêmio Nobel em 1974). Já a Escola de Lausanne, iniciada com Walras, teve em Vilfredo Pareto seu principal seguidor.
Dentre as ramificações posteriores, pode-se assinalar também a vertente que se tornou conhecida como economia monetária (ou monetarista), aí se destacando John Gustav Knut Wicksell, Irving Fisher, Ralph George Hawtrey e Milton Fridman (ganhador do Prêmio Nobel em 1976). Pode-se identificar ainda o vasto desenvolvimento da economia matemática (econometria) como uma conseqüência da influência da Escola Neoclássica, assim como os progressos mais recentes no campo da teoria dos jogos.
Mas duas das maiores preocupações de Alfred Marshall continuam sendo não apenas atuais, mas seguem ainda dando muita dor de cabeça aos economistas contemporâneos. Uma delas, o combate à pobreza, continua gerando muitas discordâncias e, em muitas partes do mundo, as políticas econômicas levadas a cabo com esse objetivo apresentaram resultados pífios. Vale a pena, a esse respeito, dar uma lida no artigo Receita para combater a pobreza ainda é um mistério para os economistas, de autoria de Davis Wessel e reproduzida em O Estado de S. Paulo em janeiro passado.
A outra, sobre a importância econômica da educação, segue inspirando renomados economistas contemporâneos, entre os quais os laureados com o Nobel de Economia, Theodore W Schultz (1979), Gary Becker (1992) e James Heckman (2000).
A divisão entre Polytical Economy e Economics permanece também dando margem a acalorados debates e muitas trocas de farpas. Nas reuniões anuais da Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia (ANPEC), costumam haver sessões separadas da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e da Sociedade Brasileira de Econometria (SBE). Os adeptos de cada uma dessas associações costumam dizer que o que se faz na outra não é, propriamente, economia!
Referências e indicações bibliográficas

AVENA, Armando. Marx e Marshall: uma entrevista com Deus. Em A última tentação de Marx. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, pp. 23 - 31.

BRESCIANI, Maria Stella Martins. Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Coleção Tudo é História, 52)

BUCHHOLZ, Todd G. Alfred Marshall e o pensamento marginalista , capítulo VII de Novas idéias de economistas mortos. Tradução de Luiz Guilherme Chaves e Regina Bhering. Rio de Janeiro: Record, 2000, pp. 173 - 203.

CANAVAN, Bernard. Economistas para principiantes. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1983.

GIANNETTI, Eduardo. Liberalismo X Pobreza. São Paulo: Inconfidentes, 1989.

MARSHALL, Alfred. Princípios de economia: tratado introdutório. Tradução revista de Rômulo de Almeida e Ottolmy Strauch. Introdução de Ottolmy Strauch. São Paulo: Abril Cultural, 1982. (Os Economistas)

SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2005.

WESSEL, David. Receita para combater a pobreza ainda é um enigma para os economistas. The Wall Street Journal Américas. O Estado de S. Paulo, 11 de janeiro de 2007, p. B10.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A maior banda de “Power Metal” de todos os tempos (nascida na Filândia, hoje reconhecida no mundo)

No ano de 1996 Tony Kakko (vocais e teclado) e Pentti Peura (baixo) entraram na banda que inicialmente se chamava Tricky Beans. Com esse nome e essa formação eles gravaram três demos, Friend 'till the End, Agre Pamppers e PeaceMaker. Na época, o estilo da banda era voltado para o Hard Rock, e tinha poucas semelhanças com o Power Metal que os tornou conhecidos.
Logo no ano de 1997 começaram as mudanças. Primeiramente no nome, que agora era Tricky Means. Depois, o baixista Pentti Peura deixou a banda, e pra completar, o grupo começou a procurar um estilo próprio, um gênero que favorecesse a harmonia entre os teclados e a voz limpa de Tony Kakko. Eles ficaram até 1999 procurando esse estilo, e quando acharam foi lançada a demo "Fullmoon". Mas antes disso, ainda em 1998, Janne Kivilahti fora chamado para ocupar a vaga de baixista da banda, substituindo Penti Peura.
A demo "Fullmoon" foi enviada para a gravadora Spinefarm Records, que se interessou pelo som deles e os contratou. Então a banda mudou de nome novamente, vindo a se chamar Sonata Arctica, e em setembro de 1999, lançou seu primeiro álbum, Ecliptica. O álbum apresenta as novas e melhoradas versões das canções que fizeram parte da demo lançada em 1999.
Em 2000, Tony Kakko, que cantava e tocava teclado, decidiu se focar apenas nos vocais e chamou Mikko Härkin para ser o novo tecladista da banda. Ainda em 2000, o Sonata Arctica abriu os shows dos veteranos do Stratovarius na sua turnê européia. Em outubro do mesmo ano a banda lança o EP Successor, que contém covers de bandas como Helloween e Scorpions, além de uma versão editada de "Fullmoon", versões lives e duas músicas inéditas, "Shy" e a primeira versão de "San Sebastian". E pra completar o ano, depois da turnê e do EP, o baixista Janne Kivilahti deixou a banda, cedendo seu lugar para Marko Paasikoski, o mesmo que anos antes tinha fundado a banda junto com Jani e Tommy, mas que agora em vez de guitarra estava tocando baixo.
2001 foi o ano escolhido para o lançamento do segundo EP e do segundo álbum da banda. Orientation é o segundo EP do Sonata Arctica e marca a estréia de Marko Paasikoski na banda. O EP apresenta a faixa "Black Sheep", uma versão acústica de "Mary-lou", covers de Iron Maiden e Bette Midler, o vídeo de "Wolf And Raven" e uma entrevista.
Já Silence, é o segundo álbum da banda. O disco é um pouco mais pesado e obscuro que seu antecessor.
Depois do lançamento de Silence, o Sonata Arctica começou uma longa turnê com o Gamma Ray e excursionou pela Europa e pelo Japão, onde gravou o live Songs of Silence, lançado em 2002, e naquele mesmo ano, a banda veio pela primeira vez a América do Sul, passando pelo Chile e pelo Brasil.
Depois do fim da turnê e do lançamento do álbum ao vivo, o grupo retornou ao estúdio, mas, no final de 2002, por motivos pessoais, o tecladista Mikko Härkin deixou a banda.
Em 2003, o terceiro álbum da banda foi lançado. Winterheart's Guild foi gravado com a ajuda de Jens Johasson, tecladista da banda Stratovarius, que dividiu os teclados com Tony Kakko. Enquanto Tony fazia as bases, Jens solava.
Depois da saída de Mikko, a banda estava a procura de um novo tecladista. Fizeram várias audições com vários músicos, e por fim sobraram apenas dois, que tinham o mesmo nível. Como não sabiam qual escolher, decidiram que o novo tecladista ia ser escolhido por sua personalidade, então resolveram sair uma noite para beber com cada um deles, no final Henrik Klingenberg, ou simplesmente "Henkka" foi escolhido, e continua na banda até hoje. No mesmo ano a banda lançou seu terceiro EP, o Takatalvi, que contém covers do Metallica, Scorpions e Helloween, duas novas músicas e novamente conta com "Shy" e a versão original de "San Sebastian".
Em 2004, o Sonata Arctica abriu os shows do Iron Maiden na sua turnê japonesa e depois que o contrato da banda com a Spinefarm Records acabou, eles assinaram com a Nuclear Blast que já começou lançando o quarto EP da banda, o Don't Say a Word, lançado em agosto. A estréia de Henkka na banda foi uma prévia do próximo álbum, o Reckoning Night. Duas das 4 músicas do EP estão contidas no novo álbum que foi lançado em outubro do mesmo ano. A banda faria a turnê de divulgação de seu álbum, mas foi convidada pelo Nightwish para os acompanhar em sua turnê britânica, onde a banda fazia shows para em média 10.000 pessoas.
No começo de 2005, Nightwish convidou a banda para abrir os concertos da turnê americana. Essa turnê foi cancelada, mas o membros do Sonata optaram por fazer uma pequena turnê com concertos nos EUA e Canadá. Ainda em 2005, o grupo lançou sua primeira coletânea, intitulada The End of This Chapter, que reúne sucessos de todos os CDs do grupo, incluindo também faixas bônus com versões acústicas. Chega o ano de 2006, e o Sonata Arctica lança o seu segundo álbum ao vivo, o For the Sake of Revenge, que tinha sido gravado em 2005, na casa de shows Shibuya AX, em Tóquio.
No final de 2006 o grupo lança sua segunda coletânea, The Collection, que também apresenta faixas de todos os discos e novas versões.
Em 2007 é lançado o álbum Unia. Em agosto do mesmo ano, o guitarrista Jani Liimatainen anunciava sua saída da banda, sendo substituído por Elias Viljanen.
No ano de 2008, a banda lança as versões remasterizadas dos clássicos Ecliptica e Silence, e toca pela segunda vez no Brasil, fazendo shows em Curitiba e em São Paulo. Em 2009 sai o The Days of Grays, mais recente álbum de inéditas do grupo.

Apocalípticos e integrados - Umberto Eco

Em “Apocalípticos e Integrados”, o autor do livro Umberto Eco propunha, em seu prefácio, a divisão nas categorias que davam título à obra relativamente às reações face à cultura de massa e a indústria cultural. De um lado, os que consideravam que a massificação da produção e consumo constituíam a perda da essência da criação artística, da aura e, do outro, os que acreditavam estar-se perante enormes avanços civilizacionais, de uma efetiva e criadora democratização da cultura.
Apocalípticos e integrados são dois termos de definição "genérica" e "polêmica", como bem definiu o autor. As duas palavras "fetiches", nomeadas pelo autor, servem para designar as correntes teóricas: os Críticos de Frankfurt e os funcionalistas. Fetiches porque, segundo Eco, "bloqueiam o discurso", pois em alguns casos incorrem em discussões polêmicas e evasivas. Para ele, os teóricos das duas correntes se diferenciam pela contestação e o questionamento. "O apocalipse é uma obsessão do dissenter, a integração é a realidade concreta dos que não dissentem".
O apocalíptico, seguindo o pensamento de Eco, sobrevive de confeccionar teorias sobre a decadência da sociedade em função da indústria cultural e da cultura de massa. No entanto, esses mesmos teóricos críticos utilizam para difundir suas idéias os próprios canais e meios alienadores da sociedade.
"No fundo, o apocalíptico consola o leitor porque lhe permite entrever, sob o derrocar da catástrofe, a existência de uma comunidade de 'super-homens', capazes de se elevarem, nem que seja apenas através da recusa, acima da banalidade média", acrescenta Eco.
Contudo, Eco considera muito importante a crítica dos teóricos de Frankfurt aos funcionalistas, sobre o aspecto de que estes só vêem a cultura de massa e a indústria cultural de forma positiva, para assim se "embebedarem" no lucro da produção contínua da sociedade.
Os integrados, em analogia metafórica aos funcionalistas, "raramente teorizam e assim, mais facilmente, operam, produzem, emitem as suas mensagens cotidianamente a todos os níveis", diz Eco. Ou seja, de acordo com as concepções teóricas de Eco podemos deduzir que os funcionalistas não estão preocupados com a crítica das ações, mas sim com a praticidade e a funcionalidade do sistema social.
Na verdade, a grande preocupação do funcionalista é que a engrenagem social movida por cada indivíduo e as instituições sociais esteja produzindo constantemente sem erros e falhas. Porém, existe aí uma dose exacerbada de positivismo dos funcionalistas, pois mesmo criticando a própria crítica dos Críticos de Frankfurt, Eco vê a pertinência da contestação dos estudiosos alemães no aspecto de que os funcionalistas pretendem emergir a sociedade na alienação para a condução manipulada de suas funções.
Segundo escreveu Eco, "para o integrado, não existe o problema de essa cultura (popular) sair de baixo ou vir confeccionada de cima para consumidores indefesos", pois a sua pretensão é conduzir a sociedade para à massificação e conseqüentemente tirar proveito com o lucro dessa alienação.
Quarenta anos decorridos, o texto de Eco regressa à memória em face de duas notícias de ontem: por um lado, a quebra brutal das vendas de CD e DVD musicais em benefício dos downloads da internet, por outro, uma crescente diminuição da leitura de jornais nas camadas mais jovens, igualmente em benefício do recurso à rede.
A primeira coisa a sublinhar é que nenhuma das situações parece refletir uma diminuição de interesse pelos conteúdos, seja a música, seja a informação. No tocante à primeira é mesmo de admitir que esta mudança determine um aumento de consumo, sendo previsível que idêntico percurso seja seguido na segunda. Contudo, é inquestionável que a diferença de suportes determina inevitavelmente diferenças no que é transmitido e consumido.
O download tende a determinar um efetivo empobrecimento do fenômeno musical, reduzido a si próprio, quase sempre sem qualquer informação complementar associada. Nomeadamente no caso do CD, a capa e as informações nela contidas têm um evidente papel na fruição musical e, sobretudo, na criação de uma real cultura e gosto de audição.
A generalização do consumo musical nas sociedades contemporâneas é indissociável da aquisição de elementos informativos sobre a música, os seus criadores e executantes, o enquadramento histórico, estilístico e estético das obras fornecido, em maior ou menor grau, pelos textos e imagens da literatura que acompanha a edição discográfica.