segunda-feira, 29 de março de 2010

“A periferia de São Paulo pode explodir a qualquer momento”

Análise de Entrevista:
Em uma entrevista intitulada “A periferia de São Paulo pode explodir a qualquer momento”, publicada em uma edição de 2009, da revista Caros Amigos, com o escritor e comerciante Ferréz, mostra o ódio e repúdio que vem se acumulando na população de áreas menos favorecida da cidade São Paulo, isso devido ao crescimento exorbitante da criminalidade no estado e a falta de ações de interesse público com a população carente. Ferréz também fala sobre sua vida, coloca sua opinião sobre política, sociedade, religião e entre outros temas abordados que fazem parte do seu próprio cotidiano.
Interessante o que Ferréz conta na entrevista sobre o medo que cerca a população da periferia de São Paulo, isso devido à desorganização da polícia e o descaso do poder público, é uma realidade que fica cada vez mais clara. A polícia que supostamente deveria proteger a população, tentando ao máximo reprimir o índice da criminalidade, que por sua vez é incentivada pelo tráfico de entorpecentes, mas parece que aí os policiais metem medo nas pessoas com atitudes violentas. Eles chegam invadindo as residências de pessoas, supostamente honestas e trabalhadoras, muitas vezes agredindo-as e conseqüentemente isso gera medo e revolta na população. O estado nada faz em favor disso, e é aí que surge uma polêmica, pois se percebe que a educação e a justiça não chegam onde está a criminalidade. Se não existem políticas públicas capazes de reprimir o crime, e a polícia que é o órgão capaz de intervir para garantir a segurança da população, acaba fazendo o contrário, os policiais causam pânico, medo, revolta e constrangimento aos cidadãos, espera-se que vai chega um momento em que as pessoas não vão mais suporta esse caos, e todas iram atacar para se defender, podendo até se tornarem futuramente “aliados do crime organizado”.
O que podemos entender do termo “explosão” na periferia de São Paulo, é que o medo causado pela polícia, associado à falta de interesse por parte poder público, isso acaba gerando ódio na população, que conseqüentemente pode levar a reações em cadeia, ocasionando essa tal explosão, sendo algo que está dentro de cada indivíduo ali presente.

“Estética”

Resumo
O texto, “Estética”, de Sebastian Gardner, faz uma breve reflexão sobre a beleza e a arte, que segundo ele, faz surgir um campo rico e cercado por questões filosóficas.
De início cita-se que as experiências por que passamos ao ouvir uma música, ler uma poesia, olhar algum quadro ou cenas da natureza, que segundo o autor essas experiências possuem um caráter imediatamente distintivo, emocional e contemplativo, que nos conduzem a descrever tudo aquilo que experimentamos mediados por um vocabulário especial, e ao utilizar certos termos, bem como belo, delicado, inspirador, comovente, e assim por diante.
A apreciação da arte nos proporciona a mais complexa e intensa forma de experiência estética, quando nos isolamos do mundo externo e nossos estados de imaginação são plenamente requisitados, em contraste dramático com a vida prática cotidiana. Hume e Kante consideram que o juízo estético exemplifica o gosto, e o gosto para estética no século XXVIII, refere-se à faculdade mental-especial. Outros significados do termo podem ser encontrados na observação de duas características absolutamente centrais do juízo estético.
A primeira característica do juízo estético é fundamentalmente uma resposta sentida a um objeto. O juízo estético sobre um objeto não pode ser obtido de segunda mão, ele requer que se trave um conhecimento pessoal, direto com o próprio objeto.
A segunda característica do juízo estético é estreitamente ligada á primeira, regras nem princípios não desempenham nenhum papel nele, ou no máximo um papel diminutivo diante dessas características. Não há leis ligando as qualidades estéticas de um objeto com suas propriedades sensíveis, não-estéticas.
O subjetivismo estético nega que as qualidades estéticas sejam inerentes aos objetos e afirma que a beleza de um objeto consiste em produzir certa resposta no sujeito, ou seja, na experiência estética, somos afetados pelo objeto, e nossa resposta não equivale a um conhecimento de suas propriedades. As propriedades formais e outras propriedades não-estéticas são sujeitas a resposta.
A essência da arte para Hegel assevera que a arte “permeia o que é sensível no espírito”, e que a arte possui “um estatuto superior a qualquer coisa produzida pela natureza, que não efetuou essa passagem pelo espírito”. Sendo ou não justificativa a concepção de Hegel da superioridade da arte, a filosofia da arte, à qual nos voltamos agora, partilha a concepção de arte de Hegel como uma síntese do espírito com algo além de si mesmo, na qual o espírito “reconhece a si próprio”. As teorias da arte tentam elucidar a natureza da conexão com o espírito que faz de um objeto uma obra de arte. Essas tentativas revelam que o conceito de arte se refere a mais que um fenômeno meramente nominal, ou historicamente acidental – que arte possui uma essência.
Entre as numerosas e bastantes variadas teorias da arte que surgiram na história da estética, destacam-se três delas como mais importantes no campo. São as teorias da mime-se, do formalismo e da expressão. Mesmo que o conceito de imitação, como seja compreendido, não defina diretamente a arte, é bem possível supor que o conceito possa ser desenvolvido muito além do escopo comum.
A concepção mimética de representação precisa ser mais rigorosa. A representação que é artística precisa ser restringida no que diz respeito ao tema e ao modo, cujo precisa referir-se a gêneros particulares de coisas, representadas de maneira particular. Os teóricos da mimética chegaram a afirmar que a arte precisa idealizar seu tema. O formalismo pode ser apresentado em favor da teoria mimética, porém, ele também aponta na direção da expressão. A conexão entre a arte e o sentimento, como foi dito anteriormente, não pode consistir numa equiparação direta d arte com a comunicação do sentimento. Já a teoria da expressão tenta estabelecer uma explicação mais elaborada e persuasiva do papel central da emoção na arte.
Em termos das dimensões das artes, sabe-se que os últimos trabalhos no campo da filosofia analítica da arte têm adotado uma perspectiva, mais fragmentada e empírica, para a criação de uma teoria da arte. Muito mais do que visar diretamente caracterização da arte geral, abrangente, essa corrente procurou seguir nas dimensões específicas que constituem as obras de arte, em uma crença de que a descrição apurada da arte como um todo irá emergir de uma compreensão adequada de suas partes. Representação, expressão e significado foram cautelosamente analisados em termos das formas específicas que assumem em cada uma das artes expressas.
Na representação das obras de artes, estamos preocupados com o que as elas representam num sentido visual, contraposto a um sentido interpretativo, algo bastante relativo. Um quadro de um homem segurando uma pedra pode representar São Jerônimo, e um alaúde com uma corda rompida numa natureza morta pode representar a discórdia. E na expressão se diz que as qualidades expressivas das obras de arte formam uma subclasse de suas qualidades estéticas, distinguidas pelo emprego de termos cujo uso principal consiste em descrever as emoções das pessoas. As qualidades expressivas são parte integrante da beleza e do significado da obra de arte. O significa que as obras de arte possuem é muito ligado a interpretação, além de seu conteúdo representacional e de suas qualidades estéticas e expressivas, está obviamente implícito no fato de que a obras de arte admitem, e requerem compreensão. A melhor forma de abordar o significado na arte é por intermédio conceito de interpretação. A interpretação busca identificar os significados das obras de arte, e essa também seria uma das funções da crítica.
Por fim, abordando à questão da finalidade da arte, vemos q não se trata de uma questão de justificativa da própria arte no mesmo sentido que é pensado ser necessária uma justificação no sentido da moralidade. Seria uma exigência inapropriada, pois a criação e a apreciação da arte não compartilham a necessidade da obrigação moral. A questão é antes de saber se podemos articular e provar nossa noção da importância da arte.

Dicionário de Filosofia

Resumo
Essa parte do livro se foca na Estética, em suas definições, teorias, análises, investigações, doutrinas e escolas, decorrentes da evolução ao modo de ver e estudar. Inicialmente quando se diz “arte e belo” é porque as investigações diante desses dois objetos coincidem, estão estreitamente mescladas a filosofia moderna e contemporânea. Na filosofia antiga isso não acontecia, porque as noções de arte e de belo eram consideradas diferentes e reciprocamente independentes. Os antigos chamavam as doutrinas da arte de poética, ou seja, arte produtiva, produtiva de imagens. Para Platão o belo é a manifestação evidente das idéias, sendo, por isso, a via de acesso mais fácil e óbvia a tais valores, ao passo que a arte é a imitação das coisas sensíveis ou dos acontecimentos que se desenrolam no mundo sensível, construindo, antes, a recusa de ultrapassar a aparência sensível em direção à realidade e os valores.
A partir do séc. XVIII, as noções de arte e belo mostram-se vinculadas, como objetos de uma única investigação. Essa ligação foi resultado do conceito de gosto, entendido como faculdade de discemir o belo, tanto dentro quanto fora a arte. A investigação de Hume sobre a norma do gosto (1741) já supõe essa identificação, assim como a de Burke, sobre a origem das idéias do sublime e do belo (1756; of, V, I), mas foi, sobretudo Kant quem estabeleceu a identidade entre o artístico e o belo, ao dizer que “a natureza é bela quando tem a aparência da arte”, e que “a arte só pode ser chamada de bela quando nos, conquanto conscientes de que é arte, a consideramos como natureza”. E finalmente Schelling inverteria essa relação tradicional entre arte e natureza, fazendo da arte a norma da natureza e não o contrário. Schelling via arte como a realização necessária e perfeita da beleza a que natureza só chega de modo parcial e causal.
Todavia, a tentativa de separar a ciência da arte da doutrina do belo ocorreu mais recentemente na Alemanha, com vistas a instituir uma “ciência geral da arte”. Essa ciência deveria ter como objetivo a arte em seus aspectos técnicos, psicológicos, morais e sociais, cabendo a ela a consideração do belo, que para ela é tradicional e insuficiente para explicar todos os fenômenos artísticos, porquanto a arte dos primitivos, ex., é grande parte da arte moderna que parecem fugir à categoria do belo. Essas considerações, porem, não parecem decisivas. No uso comum e mesmo no erudito, a noção de “belo” é suficiente ampla para qualificar qualquer obra de arte bem realizada, ainda que represente coisas ou pessoas.
A arte e o belo apresentam uma grande variedade de definições no decorrer de suas histórias. Embora cada dessas definições tenha conceitualmente a pretensão de expressar de forma absoluta a essência da arte, e hoje vai ganhando corpo a idéia de que a maioria delas só expressa tal essência do ponto de vista de um problema particular ou de um grupo de problemas, e fica bem claro que a definição da arte como imitação é a solução de um problema totalmente diferente do problema que tem como solução a definição da arte como prazer.
A teoria da imitação, hoje é definida e praticada pelos partidários ao realismo na arte, sobretudo nos países comunistas e em quem se inspira na ideologia comunista. Mas muitas vezes a interpretação que se faz da imitação elimina exatamente o caráter passivo que caracterizava na formulação clássica.
Todas as teorias estéticas coincidem em considerar dois grupos fundamentais, que consideram a arte como educação ou como expressão. Como educação, a arte é instrumental, como expressão, é final. A teoria da arte como educação é muitíssimo mais antiga e difundida. A teoria da arte como conhecimento pertence ao âmbito da concepção instrumental ou educativa da arte. Hegel expressou-a com toda clareza possível. Procurando determinar o objetivo da arte, ele elimina também as teorias para as quais a finalidade da arte é a imitação. A educação na verdade nada mais é que educação moral, e para Hegel a tarefa da arte produzir a more da arte, ou seja, passar para as formas superiores de revelação da Verdade absoluta, que são a religião e a filosofia.
As teorias que vêem na arte um instrumento educativo com vistas a moral e ao conhecimento ultimamente se juntaram as que nela vêem um instrumento de educação política. Essas são as doutrinas que falam do engajamento político em arte e que exigem do artista uma orientação política precisa, uma obra harmonizada com as classes ou grupos sociais majoritários menos favorecidos que os ajude no esforço de libertação, de conquista e de conservação do poder político.
A teoria da expressão consiste em ver na arte uma forma final das vivencias, das atividades ou, em geral, das atitudes humanas. Se diz que a expressão aclara e transporta para o outro plano o mundo comum da vida. Fica evidente que a noção de expressão e de desabafo tem continuidade, ou seja, o fato de a emoção estética ser a emoção originária, transformada através material, objeto o qual confiado o seu desenvolvimento e a sua realização pelo seu ingresso em novas relações” ou, como ainda se poderia dizer retorna a natureza. E não causa estranheza se, freqüentemente, do Renascimento ao impressionismo, o retorno à natureza serviu para renovar profundamente e com êxito o estilo e o gosto da arte.
A concepção da arte como expressão talvez se disfarce nas afirmações de quem insiste no caráter teórico ou contemplativo da arte, mas é mal disfarçada quando se ironiza ao mesmo tempo sobre a fórmula da arte pela arte, que é a melhor definição do caráter expressivo da arte. Nessa fórmula insistiriam poetas e artistas modernos, que dela se valeram para defender a arte das tentativas de escravização ou manipulação para fins que acarretariam a sua completa subordinação e sua total liberdade de movimento.

Introdução à Filosofia da Arte

Resumo
O livro, Introdução à Filosofia da Arte, de Benedito Nunes, escrito em quatro capítulos, aborda a origem da filosofia da arte e suas composições, bem como alguns grandes teóricos, expondo suas teorias em relação ao tema.
Inicialmente se fala dos primeiros filósofos gregos da história, que viveram no século VI a. C., que se preocuparam em conhecer os elementos construtivos das coisas. Investigaram a Natureza, era à busca de um princípio estável, comum a todos os seres, e que explicasse a sua origem e suas transformações. Físicos, como foram chamados por Aristóteles, esses primeiros filósofos, fundaram uma tradição de estudo da Natureza. Já na segunda metade do século V a. C., surgem os sofistas, professores da juventude ateniense numa época de crise, mais preocupados com interesse prático de que com uma intenção teórica pura, debateram, entre várias idéias, o Bem, a Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando, teses ousadas e contraditórias. Eles tiveram o mérito de introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto de vista reflexivo-crítico que denominava a filosofia
Quando surge Sócrates (470-399 a. C.), uma mistura de pedagogo e de filosofo, que sempre buscou definir os valores morais. Sócrates abordava vários assuntos humanos, ele questiona o que a Pintura poderia representar em sua essência, e assume uma posição interrogativa para o domínio das artes, também já assumida pelos filósofos gregos em relação às coisas e os valores morais. Platão (427-347 a. C.), discípulo de Sócrates, observa que a Poesia e a Música exercem influência muito grande sobre nossos estados de ânimo, e que afetam, positiva ou negativamente, o comportamento moral dos homens em sociedade. Ele colocou três ordens de problemas das artes em geral: a primeira é questão da essência das obras pictóricas e escultóricas, comparadas a realidade; a segunda é a relação entre elas e a Beleza; e a terceira diz respeito aos efeitos morais e psicológicos da Música e da Poesia. Platão conseguiu problematizar, transformar em problema filosófico a existência e a finalidade artes. Já não bastava mais a simples fruição da Pintura, da Escultura e da Poesia, agora, elas também passam a construir objeto de investigação teórica. E o pensamento racional que as interpela sobre o seu valor, sua razão de ser e o seu lugar na existência humana. Mais tarde, no século IV a. C., Aristóteles (384-322 a. C.), discípulo de Platão, graças á perspectiva aberta imposta pelo seu mestre, pôde desenvolver, numa obra de grade importância, a Poética, idéias relativas à origem da Poesia e à conceituação dos gêneros poéticos, em conjunto, a primeira teoria se foca na Arte que a Antiguidade nos legou. No decorre desse processo surgem vários teóricos, que tratam a Arte como uma importância metafísica e espiritual, em períodos medievais.
Em Kant, vemos que se configurou integralmente a originalidade da Estética, na qualidade de disciplina filosófica. E o efeito provocado pelas coisas e pelas obras do homem, é puramente imediato, pois, dois sentidos desempenham a função primordial da sensação, são eles: a vista e o ouvido. O Belo se manifesta por intermédio nas impressões visuais e auditivas.
Na Estética de Baumgarten, uma perspectiva do Belo, como domínio da sensibilidade, imediatamente relacionado com a percepção, os sentimentos e a imaginação, que Baumgarten incorporou ao conteúdo dessa disciplina, a qual apareceu numa época em que a Beleza e a Arte eram marginalizadas pela reflexão filosófica, que as consideravam como irrelevantes. Ele define o Belo como a perfeição do conhecimento sensível e a Estética em duas partes: a teórica e a prática.
O conceito do Belo teve, na cultura e na filosofia grega, implicações morais e intelectuais que condicionaram o alcance o seu sentido estético, o qual não foi o predominante, nem esteve diretamente relacionado com a Arte, na acepção estrita do termo. Foram três tipos as acepções fundamentais do Belo que prevaleceram entre os gregos: estética, moral e espiritual. O Belo é a qualidade de certos elementos, toda espécie de relação harmoniosa.
A beleza universal constitui uma idéia, uma essência, que vem da filosofia de Platão, fala à inteligência por intermédio dos sentidos. A Beleza se comunica com o visível, somando qualidades que enriquecem a matéria, mas as verdadeiramente não pertencem a este mundo. É uma espécie de ardil com o que Bem capta a atenção da alma para arrebatá-la da servidão do corpo.
Na matéria vemos que a forma é causa promissora do nascimento, crescimento e conservação dos seres naturais. Ela é, para empregamos a palavra consagrada, que significa princípio originário e organizador. A alma, é a forma, a enteléquia do corpo do objeto.
Por fim, é muito grande a distancia que vai da idéia de Arte, à idéia de Belo. Essa distancia diminui na doutrina de Aristóteles, onde o caráter contemplativo do Belo tende a ajustar-se ao caráter prático da obra de arte. Enquanto Plotino vê na arte um dos meios pelos quais o espírito humano se relaciona diretamente com a Beleza da qual Platão falou, os filósofos cristãos, Santo Agostinho e São Tomas de Aquino, principalmente, consideram separadamente esses duas idéias, que estarão unidas de maneira essencial no conceito de Belas-Artes.

Iniciação à Estética

Resumo
O livro, Iniciação à Estética, de Ariano Suassuna, fala sobre o início da Estética, as origens, se utilizando de outros pensadores de várias épocas.
O capítulo I, fala de como era definida a Estética, “Filosofia o Belo”, e o belo era posto como belo da Arte e belo da Natureza, com a primazia do belo da Natureza sobre o belo da Arte, devido ao pensamento platônico, e da filosofia tradicional, que colocaram certa hierarquia entre os dois Belos. Mas é a partir do idealismo germânico que o belo da Arte passa ser considerado superior ao belo da Natureza. Isso devido a Hegel que formula a idéia de que a Beleza artística tem mais dignidade do que a da Natureza, porque, enquanto esta é nascida uma vez, a da Arte é como que nascida duas vezes do Espírito. E também segundo Hegel, razão pela qual a Estética deve ser fundamentalmente, uma Filosofia da Arte. Mais tarde Kant influencia alguns pensadores, que já começam a subdividir o campo estético, com isso o belo não ocupava mais, isolado todo esse campo.
O nome Estético passou, a designar o campo geral da Estética, que incluía todas as categorias pelas quais os artistas e os pensadores tivessem demonstrado interesse, como o Trágico, o Sublime, o Gracioso, o Risível, o Humorístico etc., reservando-se o nome de Belo para aquele tipo especial, caracterizado pela harmonia, pelo senso de medida, pela fruição serena e tranqüila – o Belo chamado clássico, enfim.
O campo estético abrange várias categorias além do Belo. Algumas delas foram já consideradas como ilegítimas no campo estético, daí surge uma problemática, exatamente por entrarem em choque com a idéia de medida, ordem e serenidade, características do Belo. Mas depois que se chamou atenção para a necessidade de fragmentar o campo estético, receberam definitivamente o selo de legitimação. Depois de tudo isso os teóricos pós-kantianos trouxeram, uma importante contribuição ao estudo da Estética, impondo o nome de Belo só em apenas uma de suas categorias, registrando e oficializando o fracionamento do campo estético. Eles acreditam que a Estética deve ser considerada uma ciência e não uma filosofia.
Segundo o autor, a Estética é uma reformulação da Filosofia em relação à Beleza e à Arte.
O capítulo II, fala sobre importantes opções a se fazer na Estética. Uma dessas é o irracionalismo, que faz parte das relações entre a Arte, segundo o autor, a Estética não fere a liberdade criadora da Arte, e que ela ás vezes se mostram contra a opinião dos próprios artistas e escritores, quando fogem do campo do criador e daí se sobrepõe sobre Arte e literatura.
Outra grande opção inicial no campo da Estética é entre o objetivismo e o subjetivismo. Até o advento da grande revolução estética de Kant, ninguém tinha dúvida de o fato de que a Beleza é propriedade do objeto estético, quadro, novela, poema, sonata, filme ou peça de teatro. Havia ali posições diferentes quanto à essência da Beleza, quanto ao problema de sua verdadeira natureza.
O posicionamento de Kant, opondo-se violentamente à tradição mediterrânea no campo estético, procurou deslocar a Beleza do objeto para o sujeito. Segundo Kant, além da inteligência, e da vontade, existe o juízo do gosto, no qual domina a sensação de prazer ou desprazer, através dela se diz se uma coisa é bela ou não.
A Estética Filosófica e Estética Científica é outra grande opção da Estética, que consiste em decidir-se ela própria pelo caminho lógico-filosófico ou pelo caminho lógico-experimental. Foi a partir dela que os estetas contemporâneos, começam ver a necessidade de juntar a Estética á Filosofia, novamente. Assim surge a Estética Lógica, que basicamente um elemento de junção entre a Estética Filosófica e a Científica. Com isso, pretendiam ser guiados nisso, pelo método experimental, baseados na idéia kantiana, de que a Beleza não é uma propriedade do objeto, mas sim uma construção do espírito do sujeito, e os estetas percebem que considerar o fato estético é fundamental para a experiência estética, a experiência pessoal de cada um.
Contudo, a Estética desde sua criação passou por constantes mudanças em sua nomeação e também em seu campo de estudo, tudo isso devido às diversas formas de percepção estética, postas nos seus idealizadores.

A Laranja Mecânica (resenha)

Laranja Mecânica, do diretor Stanley Kubrick, filme lançado em 1971, aborda questões de cunho social e filosófico, mostrando que a violência faz parte dos instintos do homem sendo algo bem claro dentro da história.
No início parece ser um pouco chato, conta história do jovem Alex, que narra toda história, morador de uma pequena cidade inglesa. Junto com seus “irmãos”, os Drugues, praticam atos de violência, espancamento, estupro e até assassinato sem motivo aparente, supostamente por simples prazer ou crueldade. Até que em um determinado momento Alex é preso e condenado por assassinato, ele pega 14 anos de prisão. É ai que dá início ao seu pesadelo. Alex, para sair o mais rápido que pudesse da prisão, vira uma espécie de cobaia de um tipo de tratamento que promete acabar com a violência em pessoas semelhantes a ele, o qual pretende devolvê-los à sociedade totalmente recuperados e aparentemente incapazes de cometer qualquer ato de violência. O filme não faz apologia ou se mostra contra as ações de violência, apenas põe em discussão o retrato de uma sociedade que pode ser vista e comparada a nossa de hoje, tendo características semelhantes, mesmo em culturas e épocas diferentes, com os mesmos problemas e valores que enfrentamos na sociedade cotidiana.
A história não destaca unicamente a violência. Também cita temas como a liberdade de uma única pessoa dentro de uma sociedade ou mesmo a influência que o meio impõe sobre o indivíduo particularmente. Fala também sobre a falta de escrúpulos em volta dos interesses políticos sobre a situação de Alex.
Podemos perceber esteticamente, que há no filme uma harmonia perfeita entre imagem e sons, que são vistas em várias cenas, mas em especial na cena em que ele espanca o escritor cantando a música Dançando na Chuva.
Laranja Mecânica é sem dúvidas um grande clássico do cinema mundial. E ao mesmo tempo é divertido e cruel. Fascinante, perturbador e subjetivo em certos sentidos. Uma reflexão social e medo constante. Bem ousado e até mesmo intrigante. Que no decorrer da trama foi conquistando espectadores e mexendo com a concepção das pessoas no sentido analítico do objetivo de toda ficção.

Last Night - Moby

Resenha:
Last Night, álbum do Moby, lançado no dia 31 de março de 2008 se não me engano, tem 14 faixas, musicas bem diversificadas, contagiantes e adicionadas há um pouco de tudo, que faz ser um estilo bastante diferente de fazer musica eletrônica.
A musicalidade exposta no disco nos passa uma alegria expressiva e instantânea, de modo que ao ouvir esse tipo de som você percebe que é algo diferente, mas associado a algo bom. Na minha concepção de gosto é uma formula diferencia dos tantos estilos de musica eletrônica que vemos surgir freqüentemente e que se torna acessível em relação ao mercado da música.
Já havia escutado algumas músicas do álbum, mas não conhecia o autor e nem o disco por completo. Quando comecei a ouvir o som na primeira vez, algo me chamou logo atenção. Não é apenas só musica eletrônica, remixada ou algo do tipo, tem que se observar algumas características impostas no conteúdo musical do cd, que nos chamam a atenção e a se interar nas batidas.
Todas as 14 faixas do disco são bem dançantes, é impossível ficar parado ouvindo o som, as batidas nos levam juntos com a sincronia musical e as melodias arrepiantes. A pegada do estilo do Moby é uma mistura de vários estilos musicais: rock, pop music, musica clássica, rip hop, jazz, musica eletrônica, disco e até mesmo psicodélica.
As músicas mais vibrantes e tocantes são as faixas “I Love To Move In Here”, “Everyday It’s 1989”, “ Disco Lies” e “ The Stars”. Impressionam pela junção de melodia e mixagem, que nos proporcionam uma percepção inovadora do ritmo, com um caráter crítico diretamente relacionado a todo o conjunto da obra.
Em termos gerais, todos os conceitos julgados por mim relacionados ao disco, são exatamente resultados de minha percepção em contato com o material, que como já disse antes, foi algo bem interessante da minha parte, pois são dessas formas que se conhece o trabalho de algum artista, aparentemente desconhecido para certos tipos de público, seja ele conservador ou meio que alternativo (como eu). Assim o álbum por se encaixar em conceitos alegres, contagiantes, embalantes e dançantes pra todos os gostos, vai de acordo a idéia de mixagem de musicas, por se tratar de musicas bonitas no aspeto melódico, juntando-se a batidas alegres e que atrai o publico pra dentro da música e vai de encontro com emocional do indivíduo.
Eu recomendo esse disco pra todas as pessoas, pra jovens em especial, pra todos aqueles que gostam sempre de novas experiências, que levam a vida de várias formas e adoram uma boa música conjugada com uma dança contagiante, em um ritmo bem original e diferenciado. Ouçam, só ouçam, daí virá o tal gosto. Muito bom esse cd.

Nação Zumbi

Resenha:
A banda Nação Zumbi é um grande ícone da cultura Manguebeat no Brasil, percussora desse estilo e consagrada há muitos anos, já tocou em diversos festivais do mundo. Natural de Pernambuco é um movimento musical que surgiu no Brasil na década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais com rock, hip hop, maracatu e música eletrônica, que tem como objetivo tratar o ecossistema como algo extremamente importante pra sobrevivência, e o mangue como o ecossistema mais rico do planeta. E com isso o Manguebeat formou uma cena musical muito forte e marcante como os manguezais e a cultura popular, que propriamente é a bandeira desse movimento, mas suas letras não falam apenas da valorização e preservação do mangue, também retratam a desigualdade social e a banalidade da sociedade hipócrita cercada por dificuldades, e sem atitudes pra solucioná-las.
O idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das idéias, ritmos e contestações do Manguebeat, é Chico Science, ex-vocalista da banda e já falecido. Após sua morte a banda continuou sua caminhada com a mesma ideologia centrada nas idéias de Chico, influenciando vários outros grupos regionais e de todo o Brasil, com isso despertou o interesse das grandes gravadoras, e até hoje o cenário central do Manguebeat continua sendo Recife.
No aspecto crítico da musica em si: as letras são originais, a melodia super alegre e contagiante, os contratempos são bem interessantes do ponto de vista da musica por completa, e as distorções (minha preferência) são bem agressivas e chamam de certo modo chamam a atenção de diversos públicos.
O estilo musical da banda é único e inovador, todo o público se senti contagiado pelo ritmo marcante que se impõe em contato nos shows e apresentações, mas não é só alegria que se passa nessa mensagem, e sim uma forme alegre de falar da realidade, dos problemas sócias, do descuido com a natureza e com a auto-estima do povo nordestino principalmente.
A cultura local é muito valorizada, posta de uma forma clara e simples, sem se conter com os padrões da musica popular brasileira, que só se fala de beleza, da garota de Ipanema, do rio de janeiro, e muitos temas que nos exclui desse cenário, que só engrandecem a cultura do centro-sul. E a música da Nação Zumbi também fala desse sistema e meio que nos alerta de uma falsa realidade, imposta diante da sociedade, sem esquecer de que os nossos mangues fazem parte do ecossistema mais rico do planeta, muito bom recomendo.

O Ilusionista (resenha)

comentários:
Muito diferente de muitos ilusionistas, focados pela mídia, Eisenheim, não revela seus truques. É um mágico talentoso, cujo seu objeto de desejo é uma linda garota, conhecida por Duquesa Sophie Von Teschen. Já o antagonista, príncipe Leopold, disposto a disposto lutar pela Duquesa. E, claro, se você vai desafiar a realeza, é óbvio que a polícia também vai começar a caçar você. E aí que entra o Inspetor Uhl Corrales.
Na verdade muita coisa acontece depois disso que também deveria entrar na sinopse. É seguro dizer que O Ilusionista demora a chegar ao ponto central da história, pois grande parte da sua duração é gasta com prólogos e cenas que variam entre romance e ciúmes. Finalmente, quando chega ao seu objetivo, ele se torna interessante, mas antes disso é simplesmente comum, e tem como melhores momentos as apresentações de mágica. Aliás, essas são muito boas e quase valem o ingresso por si só.
A questão que torna o filme interessante é basicamente simples. Eisenheim tem poderes místicos ou é tudo truque? Isso fantasticamente elaborado, para descobrir a resposta, você vai ter que assistir e entender toda história e ainda sim haverá dúvidas sobre a magia de Eisenheim. Mas embora essa resposta seja dada, a explicação é muito fraca e não faz nenhum sentido. Aliás, eu acho que a conclusão seria melhor se não apelasse para o finalzinho surpresa que deixou um monte de coisas mal amarradas de certo modo.
Um filme que vale a pena conferir, principalmente porque consegue passar na trama uma imagem bem obscura, deixando de recorrer a efeitos mirabolantes que tornam as mágicas bem naturais, principalmente quando Eisenheim fala com os mortos, a platéia de Viena vai à loucura, a cara de horror chega a nos confundir, será realmente uma ilusão ou a mais pura realidade?
Essa história é super interessante, repleta de varias cenas inesperadas e de uma trama magnífica, há momentos em que achamos que ta tudo indo de acordo com padrão das tantas historias melodramáticas, mas aos vai se mostrando diferente, e isso deixa o filme muito mais interessante. Todos querem saber se vai haver um final feliz, e se Eisenheim revelará algum de seus truques?
Eu recomendo esse filme a todos os críticos, conservadores, pessoas que adoram também filmes enriquecidos de mistério e todos aqueles que s consideram curiosos, pois vão forçar a seus raciocínios pra entender a historia e seus fundamentos, e por fim ficarem encucados com final tentando dar um sentido próprio. Só não vale contar o final pra quem não assistiu ainda! rsrsrs :P